Moda não é só pose: a gente tá perdendo o olhar

“Moda não é só pose”… hoje mais do que nunca, a moda está em todo lugar. Não apenas nas vitrines ou passarelas, mas em cada scroll no Instagram, em cada vídeo de 15 segundos no TikTok, em cada look montado na frente do espelho com trilha sonora viral. A moda virou conteúdo. Virou engajamento. Virou pose.

Mas será que, no meio de tanta imagem, a gente ainda tá conseguindo enxergar de verdade?
Será que a gente ainda olha ou só consome?

Moda não é só pose – A estética virou algoritmo

A velocidade com que as tendências vêm e vão hoje é absurda. O que antes levava meses (ou anos) para se consolidar como um novo estilo, agora vira febre e morre em questão de semanas. Estampas, cortes, acessórios, tudo passa pelo crivo das redes: se performa bem, viraliza; se não, desaparece.

moda não é só pose
Foto/Dior
Moda não é só pose
Foto/Paris Fashionweek

E o problema não é só a velocidade. É o filtro com que a gente tem enxergado tudo: o da performance. A moda deixou de ser só linguagem ou expressão para virar conteúdo. Ou seja, ela existe, muitas vezes, não pra dizer algo, mas pra dar like. E quando a roupa vira só isso — uma embalagem pra render view — a gente perde o olhar.

moda sustentável
Foto/WWD
moda não é só pose
Foto/Pinterest

O olhar que sente, não só vê

Moda sempre foi sobre olhar. Não só o olhar que observa, mas o que sente, o que percebe a textura de um tecido, o corte de uma peça, a intenção de uma combinação. O olhar que lê o contexto. que entende um look como parte de uma narrativa pessoal, cultural, histórica.

moda não é só pose
Foto/Steal The Look
moda sustentável
Foto/Pinterest

Mas o que acontece quando a gente para de ver com profundidade e começa a enxergar só superfície?

A gente começa a copiar sem entender. A repetir sem refletir. A se vestir pra pertencer a um feed e não a si.
E aí, a moda perde a graça. Vira só pose.

Pose não é problema. O problema é quando só tem isso.

Nada contra a pose. A pose também é linguagem. Também é política, também é arte. Mas quando a pose vira regra, e tudo o que é fora do enquadramento se perde, a gente empobrece o nosso repertório.

A moda, como arte viva, precisa do inesperado, do feio, do estranho, do deslocado. Precisa da pausa. Do detalhe. Da imperfeição que não aparece em foto. Do movimento que não cabe num carrossel do Instagram.

Mas como cultivar esse olhar num tempo em que tudo é corrido, filtrado, editado?

A sensibilidade está sendo substituída pela estética padronizada

Sabe quando a gente vê uma galeria de fotos e tudo parece igual? Mesmas roupas, mesmos filtros, mesmos ângulos. Tem algo sufocante nisso. Como se, pra “funcionar”, a moda precisasse obedecer um roteiro visual já aprovado por algum algoritmo.

E nesse processo, a gente deixa de experimentar. De arriscar. De descobrir. O olhar vai se anestesiando, se acostumando a ver sempre o mesmo — e pior: a desejar sempre o mesmo.

A consequência? A criatividade morre. A diversidade estética some. A moda vira fórmula.

A educação do olhar: precisamos recomeçar

Talvez o grande desafio hoje seja reaprender a olhar. E isso exige tempo. Curiosidade. Paciência.

Olhar moda não é só “ver se ficou bonito”. É entender de onde vem aquela peça, por que aquele corte, o que aquela combinação evoca. É olhar pro corpo, pro contexto, pro clima, pro momento. É perceber como o tecido reage com a luz, como a roupa conversa com a pele, como a pessoa se move dentro dela.

É sair do automático. Sair do template. Sair do feed.

Moda como linguagem, não só vitrine

A moda, quando é viva, diz algo. Sobre quem a gente é, sobre o tempo em que vive, sobre o que acredita ou questiona. É uma conversa silenciosa, mas potente. Quando a gente reduz a moda à pose, a gente transforma essa linguagem em monólogo — ou pior, em anúncio.

A gente deixa de falar de estilo, e passa a falar só de tendência. Deixa de pensar no que nos representa, e começa a buscar o que nos dá validação.

A moda perde a potência quando a gente se veste pra ser aceito, não pra ser.

O culto ao look do dia e o esquecimento do corpo

Outro ponto importante: a moda virou, em muitos casos, separada do corpo real. Na foto tudo encaixa, tudo orna. Mas e na vida? A peça é confortável? Você consegue andar com isso, respirar com isso, viver com isso?

Estamos num tempo em que o look é montado pra um momento e não pra uma existência. Um look pra foto, não pra o dia.
Isso afasta a moda da sua função mais linda: acompanhar a vida.

O corpo real — com seus movimentos, limitações, vontades — fica esquecido. A roupa passa a existir pra agradar os olhos de fora, e não pra dialogar com o corpo de dentro.

moda não é só pose
Foto/Pinterest

A moda que volta pra dentro

A gente precisa de uma moda que volte pra dentro. Que nasça do afeto, da memória, da experiência. Uma moda que não se preocupe só em ser vista, mas que queira ver também.

E isso começa com o nosso olhar. Com a forma como escolhemos, como combinamos, como nos permitimos. Olhar com mais atenção pro que veste a gente. Não só pro que mostra, mas pro que diz. E, principalmente, pro que faz sentir.

Moda boa não é a que chama atenção. É a que faz sentido.

O papel de quem cria moda

Pra quem trabalha com moda — seja designer, stylist, comunicador, vendedor, costureiro ou criador de conteúdo — a responsabilidade é ainda maior. Porque são essas pessoas que, de certa forma, ajudam a moldar o olhar do outro.

Então, fica o convite: vamos sair do automático? Vamos parar de criar só pro engajamento? Vamos lembrar que moda também é cultura, também é expressão, também é construção subjetiva?

Vamos olhar mais. E olhar de verdade.

Conclusão: a gente não quer mais só ver. A gente quer sentir.

A frase “moda não é só pose” é um lembrete. Um pedido!

Ela grita que estamos cansados de imagem sem alma, de beleza sem história, de tendência sem afeto. Ela nos lembra que o olhar é nosso maior instrumento estético — e que, se a gente perder isso, perde tudo. Equilíbrio é tudo na vida! Dá para conciliar o trabalho com mais verdade, mais latente, olhando para o público com outro olhar.

Porque moda não é só o que a gente veste. É o que a gente olha. E o que a gente escolhe ver diz muito sobre o mundo que estamos ajudando a construir.

Então, antes de postar o próximo look, antes de comprar a próxima tendência, antes de salvar o próximo outfit no Pinterest…
Para. Respira. Olha.

moda sustentável
Foto/Pinterest

E se pergunta: isso é você ou é só pose?

Quis trazer essa reflexão no começo da semana, para que possamos refletir um pouco desse tema e qual sua opinião em relação à “Moda não é só pose“, me deixe saber abaixo.

Marcas Nacionais de Moda sustentável

CHICO REI

A marca oferece camisetas personalizadas que promovem a diversidade e inclusão social, são da cidade de Juiz de Fora – MG. Segundo eles, transformam singular em plural, manifestando ideias.

Essa marca sou suspeita pra falar, por isso minha escolha, adoro o trabalho deles e tenho várias camisetas que trazem além de conforto e estilo, trazem significados! Vou deixar algumas inspirações abaixo e o link para conferirem:

CHICO REI

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Foto/ Chico Rei
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Foto/ Chico Rei
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Foto/ Chico Rei
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Foto/ Chico Rei

“Inquietos por natureza, acreditamos na liberdade individual e temos o objetivo de dar possibilidades para pessoas interessantes se expressarem. Investimos na diversidade para dialogar com as mais variadas tribos. Nosso objetivo é fazer com que a arte pule dos objetos e seja a conexão, que ela inicie diálogos e inspire o ciclo de criatividade.” – Chico Rei

Não estou dizendo que o que é certo ou errado, temos livre arbítrio para tomar nossas decisões; como disse, pra trazer uma reflexão… Espero que tenham gostado.

Para mais conteúdos de Moda só clicar no meu site – Lia de Blog

Abraços

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